O Brasil ainda é um dos recordistas em desperdício da construção civil, um erro que a maioria dos países desenvolvidos está conseguindo erradicar.
Para se ter ideia, enquanto aqui são cerca de 850 mil toneladas de materiais perdidos em um único mês em resíduos gerados pela sobras que são tratados como entulho e descartados, na Inglaterra esse número cai para 53 mil toneladas por ano e, no Japão, para a apenas 6 mil toneladas a cada 12 meses, um expert em reaproveitamento de material de demolição e obra sustentável.
Mas por que há disparidades tão grandes entre estes países e o Brasil? A resposta é simples: falta de planejamento integrado para a reciclagem e de iniciativa de sustentabilidade para implantação de uma obra ecológica.
A consequência é uma grande quantidade evitável de poluentes no meio ambiente, como o enxofre liberado pelo gesso quando em contato com a água e o gás sulfídrico, e o chumbo, um metal extremamente tóxico que pode ser ingerido ou inalado, ambos letais aos seres vivos.
O tratamento dos resíduos da construção civil como entulho gera pelo menos dois tipos de prejuízo: o financeiro e o à saúde do meio ambiente.
Além da emissão e exposição de substâncias tóxicas, há prejuízo espacial com a ocupação de terrenos com o despejo de entulho, grandes extensões que poderiam ser transformadas em praças e parques, mas que, ao invés disso, servem apenas para poluir e abrigar ratos e outras pragas urbanas.
Ainda que há alguns anos os materiais de demolição estejam ganhando cada vez mais atenção no mercado da decoração e arquitetura, a própria estrutura de construção pode ser modificada para garantir mais sustentabilidade e redução de custos. Em vários países, como a Inglaterra, as estruturas já são produzidas de forma que possam ser desmontadas em vez de demolidas.
Da mesma forma, além de uma nova proposta estética, incorporar na construção nova materiais de demolição também reduz o custo da obra. Basta reaproveitar não apenas itens em bons estado, mas também resíduos quebrados, como reboco e tijolos, que podem ser triturados para serem reutilizados como brita, por exemplo.
Se reduzidos a pó, podem ser misturados a um aglomerante para a formação de argamassa que pode ser utilizada em construções sem função estrutural. Telhas retiradas em bom estado, por outro lado, podem formar novos telhados, evitando a retirada de mais terra para a construção de novas e economia para a obra.
Nas novas obras ou reformas a sustentabilidade deve começar pelo plano de construção civil. Nele, devem estar previstas ações como a contratação de fornecedores que aceitem a possibilidade de devolução de materiais não utilizados, mas em perfeito estado; a revenda do substrato das obras para empresas de reciclagem, e ainda a reutilização de resíduos no próprio canteiro de obras.
Tudo é uma questão de vontade e de conhecimento. Uma opção é capacitar um encarregado para tocar esse programa, que deve correr paralelo à construção em si da obra sustentável.
O profissional destacado deve determinar o que pode ser aproveitado no próprio local e coordenar a sua respectiva reutilização, e o que deve ser encaminhado às empresas especializadas.
Além da utilização na arquitetura e decoração, a madeira, por exemplo, pode ser usada para a produção de biocombustíveis por ser de origem orgânica; a alvenaria para a produção de bases de ruas e rodovias; os metais podem ser derretidos para formar peças completamente novas, e os papéis reciclados em novas unidades.
Na construção civil há sempre uma grande equipe de profissionais envolvida e que deve ser não apenas capacitada, mas disciplinada para tomar ações assertivas de sustentabilidade em uma obra ecológica.
Uma das formas mais eficientes de conseguir a atenção e a dedicação dos colaboradores em relação ao assunto é a gamificação, com prêmios específicos para tarefas e metas cumpridas.
Podem ser sugestões de reaproveitamento, descoberta de novos fornecedores, ações de desconstrução em vez de demolição, ideias de integração de materiais usados à nova estrutura sem prejuízo de eficiência etc.
Através da obra ecológica a construção civil estará contribuindo significativamente para a manutenção de um meio ambiente muito mais saudável, profissionais mais conscientes e criativos, redução de custos, geração de renda, mão de obra e empregos e a melhoria da qualidade de vida.
Gostou desse post? Tem sugestões a fazer? Compartilhe para a gente as medidas de sustentabilidade que você tem empregado na sua obra aqui, nos comentários!
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