O rompimento da barragem de lama do Fundão, pertencente à mineradora Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana – MG, chocou o Brasil em novembro do ano passado, gerando uma das maiores tragédias ambientais do país. Foram liberados mais de 62 milhões de metros cúbicos de lama, interrompendo o abastecimento de água da região e deixando números alarmantes de mortos, feridos, desaparecidos e desabrigados.
A água contaminada avançou pelo Rio Doce, exterminando as formas de vida existentes nele, e pode vir a atingir até 10 mil quilômetros quadrados de extensão de mar no litoral no Espírito Santo. Diante de tamanha catástrofe, algumas iniciativas vêm sendo desenvolvidas por empresas e órgãos de pesquisa para que esta lama possa ser reaproveitada na construção civil, contribuindo para minimizar os efeitos do rompimento da barragem e auxiliar as vítimas na superação da tragédia. Confira mais informações sobre estas iniciativas, e entenda como a construção civil pode ajudar:
Os rejeitos de mineração depositados nas barragens já eram objeto de estudo do grupo de pesquisas RECICLOS, da Universidade Federal de Ouro Preto, muito antes da tragédia acontecer. Foi desenvolvido por alunos e pesquisadores um processo através do qual a lama é “soprada” e separada dos materiais brutos e processados que contém.
A partir desta tecnologia é possível produzir objetos como tijolos, blocos de pavimentação e elementos em concreto e argamassa para a indústria da construção civil. Alguns destes elementos já foram, inclusive, produzidos pelo grupo de pesquisas da UFOP, que está disposto a oferecer o serviço gratuitamente, transformando a lama de Mariana em uma atividade econômica e contribuindo para o reestabelecimento da população local e a reconstrução das áreas atingidas.
A Bacia Viva é uma empresa com sede em Minas Gerais, que vem, também, a muitos anos atuando no sentido de reduzir os impactos dos resíduos de mineração, e recuperar a vida nos locais atingidos por estes. A empresa tem como proposta a instalação itinerante de conjuntos industriais móveis junto às cidades atingidas pela lama da barragem do Fundão, visando utilizar estes rejeitos para a produção de insumos de pavimentação, artefatos pré-moldados de concreto, palhas, telhas, entre outros.
A Bacia Viva desenvolveu junto a órgãos acadêmicos fábricas de pré-moldados a técnica para separação dos rejeitos de minério, possibilitando sua recuperação e utilização como matéria prima para materiais de construção civil, e busca apoio e financiamento de outras entidades para desenvolver este trabalho em prol da população atingida pela tragédia.
Já se sabe que até 80% da lama pode ser reaproveitada como substituta da areia na fabricação de materiais como tijolos, argamassa e concreto. Assim, a construção civil poderia contribuir com soluções inteligentes não somente para o desastre ambiental de Mariana, como para o problema dos resíduos de mineração, evitando que este venha a afetar mais vidas e ecossistemas no futuro. Conheça mais sobre a Bacia Viva, e suas iniciativas relacionadas aos resíduos de mineração.
E você, já tinha ouvido falar destas soluções para o reaproveitamento dos rejeitos de mineração? Compartilhe suas experiências conosco nos comentários!
Utilizado nos Estados Unidos e em países europeus há mais de três décadas, o pavimento intertravado de concreto vem ganhando cada vez mais espaço nos projetos de arquitetura e paisagismo no Brasil.
VER MAISO paver, pavimento intertravado de concreto, ganhou espaço no mercado brasileiro nos últimos anos, substituindo o asfalto para a pavimentação de ruas, calçadas, praças, parques e áreas de estacionamento.
VER MAISEnchentes costumam trazer grandes complicações e uma delas diz respeito aos veículos que acabam sendo acometidos por alagamentos. Nos casos mais simples, a água que entra encharca o assoalho e nos mais complexos…
VER MAISA alvenaria estrutural é um dos sistemas construtivos mais antigos do mundo e apresenta, como principal característica, um único sistema de vedação e estrutura.
VER MAIS